Portadores de Mal de Parkinson podem se beneficiar de uma forma especial com a massagem.
A massagem tem se mostrado muito eficiente para uma série de problemas que vão de dor ao estresse, mas pessoas portadoras do mal de Parkinson podem se beneficiar de uma forma especial da massagem terapêutica. Para entender melhor sobre a forma pela qual a massagem pode ajudar estas pessoas é necessário uma breve descrição sobre esta doença.
Ole Isacson, M.D., Diretor do Projeto Neuroregeneração da Harvard Medical SchoolO mal de Parkinson é um doença crônica e degenerativa do sistema nervoso. Em 1817, o médico inglês James Parkinson primeiro observou que esta doença ocorre devido a morte de células dentro do cérebro que produzem o neurotransmissor chamado dopamina, desta forma o gânglio basal não recebe mais dopamina. Dentro do cérebro, o gânglio basal é responsável por controlar os movimentos portanto desprover o gânglio basal de dopamina causa problemas com o equilíbrio, coordenação e postura. A “The Parkinson’s Action Network” cita que mais de 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos são afetadas por esta doença além de um adicional de 60.000 pessoas diagnosticas a cada ano. Tipicamente o mal de Parkinson não é uma doença que ameaça a vida do paciente, mas deixa as pessoas incapacitadas e impossibilitadas de trabalhar por anos ou até mesmo décadas.
O mal de Parkinson ainda é incurável e as causas desta doença são relativamente desconhecidas. Em janeiro de 1999, pesquisadores do “American Medical Association” concluíram que o mal de Parkinson era causado por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, com isto pessoas com menos de 50 anos de idade são afetadas por fatores genéticos (um exemplo disto é o ator Michael J. Fox com apenas 40 anos de idade, portador do mal de Parkinson). Nos últimos anos, no entanto, acreditava-se que o mal de Parkinson era causado mais por fatores ambientais, visto que o número de portadores da doença com menos de 50 anos aumentou dramaticamente.
Alguns dos sintomas do mal de Parkinson são: tremores, dificuldade para iniciar movimentos, rigidez, postura “pobre”, depressão e dificuldade de dobrar os braços e as pernas.
O tratamento com drogas tradicionais são tipicamente prescritos pelos médicos porém com benefícios limitados. Inicialmente os tratamentos trazem alívio aos pacientes mas depois de um tempo os benefícios cessam e efeitos colaterais tais como alucinações podem aparecer. A L-dopa, versão de dopamina produzida pelos laboratórios, é uma droga comum no tratamento para o mal de Parkinson. Devido a diminuição na eficácia das drogas, mais e mais pessoas que sofrem do mal de Parkinson procuram por terapias alternativas para aliviarem os sintomas.
“Muitas pessoas com o mal de Parkinson acham que a massagem é muito útil quando utilizada em conjunto com os tratamentos convencionais prescritos pelos neurologistas” – diz Zoe Reese Carter, massoterapeuta. “Muitas pessoas não hesitam quando pensam em gastar dinheiro com a massagem. Eles consideram a massagem como um forma de manutenção da saúde e não como uma forma de luxúria.”
A massagem, sob a supervisão do médico, pode melhorar o fornecimento de sangue, reduzir o estresse, melhorar a circulação sanguínea. Os músculos vão se tornando fatigados devido aos sintomas de tremor, muito parecido com os que acontece com os músculos dos atletas, que ficam fatigados, após as competições. A grande diferença nesta comparação é que o atleta tem tempo para que seus músculos se recuperem mas o doente de mal de Parkinson não tem a mesma sorte já que a doença não dá descanso aos músculos.
Quando estes pacientes que sofrem do mal de Parkinson recebem massagem, seus músculos relaxam e ganham flexibilidade. De acordo com um artigo chamado “Parkinson’s Disease And Massage Therapy” – Mal de Parkinson e a Massagem- escrita por Dietrich Miesler, “O raciocínio é que melhorando a saúde fisiológica, os músculos estarão melhor para responder ao sinais impróprios que são recebidos do sistema nervoso” ´- Massage Therapy Journal – 1996.
Os médicos têm relutado em aceitar a massagem, especialmente pela falta de pesquisas sobre a eficácia da massagem nestes casos. De acordo com a ” National Parkinson Foundation ” – Fundação Nacional Parkinson, “Com forma de determinar que qualquer tratamento tenha efeito sobre a doença, os médicos são treinados para exigir evidências, para tanto devem utilizar o método clínico controlado de placebo (forma farmacêutica sem atividade, cujo aspecto é idêntico ao de outra farmacologicamente ativa). Entretanto, num estudo recente com portadores do mal de Parkinson, um bom número de pessoas disseram que usam uma forma alternativa de terapia.
Num estudo conduzido pela “American Academy of Neurology” – Academia Americana de Neurologia – publicado em 11 de setembro de 2001, quarenta por cento (40%) das 201 pessoas que responderam ao estudo, disseram que usam alguma forma de terapia alternativa tais com vitaminas e ervas ou massagem e técnicas de relaxamento também listados como terapias comumente usadas. Uma preocupação levantada por um dos pesquisadores, o neurologista Stephen Reich, M.D., é que 58 por cento dos que usam terapias alternativas não consultaram seus médicos antes de iniciarem o tratamento alternativo, por isto é importante que o massoterapeuta trabalhe em conjunto com o médico quando tratar alguma pessoa que sofre do mal de Parkinson. Por exemplo, se a massagem diminui a depressão do paciente, então drogas tais como Prozac talvez não sejam necessárias. Em outra pesquisa, 11 por cento das pessoas que procuraram uma terapia alternativa o fizeram por indicação de um profissional de saúde enquanto 48 por cento procuram as terapias alternativas por intermédio de amigos e familiares.
Muito médicos estão preocupados que seus pacientes experimentem suplementos alternativos que ainda não estão provados que ajudam pessoas com mal de Parkinson. Suplementos naturais que contém L-dopa podem ser perigosos porque cada pessoa necessita de um certa quantidade de dopamina e pacientes com mal de Parkinson pode experimentar efeitos colaterais ou overdoses tomando doses excessivas de suplementos alternativos.
Dr. Robert G. Feldman, professor de neurologia, farmacologia e saúde ambiental no Colégio Boston, acredita que pessoas experimentam estes suplementos sem o consentimento de seus médicos porque eles acham que os médicos irão desaprovar.
Isto pode levar a maiores problemas se a pessoa está tomando outros medicamentos. A massagem, no entanto, é uma terapia segura para os que sofrem do mal de Parkinson.
Um variedade de técnicas de massagem tais como Suéca, reflexologia, trigger points e neuromuscular podem ser úteis aos pacientes com mal de Parkinson. O terapeuta deve escolher a técnica de acordo com seu treinamento e resultado desejado. De acordo com o web site da “Fundação Nacional de Parkinson” – National Parkinson Foundation , “É importante encontrar um terapeuta bem treinado que entenda da doença de Parkinson ou que esteja desejando aprender sobre ela, é desejável que o terapeuta adapte sua prática às limitações do paciente”.
Pessoas com mal de Parkinson não possuem, na sua maioria, a mesma facilidade para subir e descer da maca, assim alguns cuidados devem ser tomados quando estiver tratando com estes pacientes. Muitos terapeutas, quando estão realizando a massagem em pessoas com mal de Parkinson, realizam suas sessões de massagem no chão. Os terapeutas devem ser sensíveis quando estão tratando com este tipo de paciente já que eles estão sofrendo física e emocionalmente.
Bibliografia
Carter, Zoe Reese. “Massage and Parkinson’s Disease.”
Connecting Hands, The Official Publication Of The AMTA-
Wisconsin Chapter 5 (Spring 1998): 1-3.
Miesler, Dietrich. “Parkinson’s Disease & Massage Therapy.”
MASSAGE THERAPY JOURNAL (Winter 1996): 34-37.
The National Parkinson Foundation, www.parkinson.org;
accessed 2 October 2001.
Rajendran, Pam R., Richard E. Thompson and Stephen G. Reich.
“The Use of Alternative Therapies by Patients with
Parkinson’s Disease.” Neurology, 11 September 2001.
Available from the American Academy of Neurology,
www.neurology.org; accessed 2 October 2001.
Thomas, Jennifer. “Some Herbals Aren’t Worth Beans for
Treating Parkinson’s.” HealthScoutNews, Monday, 10 September
2001; available from http://dailynews.yahoo.com accessed 2
October 2001.
Werner, Ruth. A Massage Therapist’s Guide to Pathology.
Baltimore, Maryland: Lippincott, Williams & Wilkins, 1998.
Fonte: Bibliografia
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Site www.amtamassage.org
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